segunda-feira, 19 de abril de 2021

Promotor detalha o que ocorreu no dia da morte do delegado Anderson Liberato e divulga nome dos suspeitos

No último sábado (17), o delegado titular da cidade de Brejo da Madre de Deus, Anderson Liberato, morreu após ser atingido por três tiros enquanto cumpria um mandado de prisão na cidade de Jataúba, no Agreste de Pernambuco. O caso continua sendo investigado pela polícia e nesta segunda-feira (19), o promotor Rolemberg Feitosa deu detalhes sobre o ocorrido em entrevista exclusiva à TV Jornal Interior.

O promotor relatou que o delegado fazia uma investigação, que estava em fase final, e havia identificado os possíveis autores de um homicídio ocorrido na cidade de Jataúba. Na quinta-feira (15) ele havia entrado em contato com a promotoria e na sexta (16) saiu a decisão da Justiça, que decretou prisão temporária dos casal suspeito, que foi alvo da ação da polícia no sábado.

Quem são os suspeitos?

O casal, José Carlos de Santana Rosa Júnior, de 43 anos, e Elisangela Almeida Alves Santana, de 42 anos, tiveram os nomes divulgados pelo promotor nesta segunda. Eles eram investigados pelo homicídio do tio de Elisângela. No sábado, dia da morte do delegado, houve o cumprimento dos mandados de prisão deles em Jataúba.

"O delegado, junto com sua equipe, tinha feito uma investigação preliminar e chegado a esses possíveis autores [do crime de homicídio]. Eles, inclusive, iriam ser presos temporariamente para que as investigações finalizassem nesse sentido", detalhou o promotor.

Rolemberg explicou que, apesar da decisão da Justiça ter sido a respeito da prisão temporária, tudo caminhava para um possível indiciamento do casal na morte do tio de Elisângela. O homem teria sido morto por causa de uma dívida e a princípio esta é considerada a principal motivação do crime.

A Justiça aguarda a conclusão do inquérito para divulgar qual dos dois, de fato, teria cometido o crime. "A princípio, eles [os suspeitos] teriam participado, de alguma forma, em 'comunhão de desígnio', como a gente chama, na morte da vítima", explica o promotor.

O que aconteceu no dia da morte do delegado?

De acordo com o promotor, o inquérito a respeito do que ocorreu no dia da morte do delegado Anderson Liberato ainda está sendo fechado. No entanto, a partir de uma análise preliminar, já é possível dar detalhes sobre a sequência dos fatos.

Anderson teria chegado a Jataúba com a equipe de policiais civis e militares. Os agentes cercaram a casa onde estavam os suspeitos e pediram para que eles saíssem do local. Na sequência, a polícia teria entrado no local pela sala da residência. "Lá, já contiveram a Elisângela e perguntaram onde estaria o seu esposo. A princípio ela disse que ele não estava e depois desmentiu", contou Rolemberg.

Depois disso, os agentes pediram que José Carlos saísse de onde estava e se apresentasse aos policiais, tendo em vista que a casa estava cercada. O suspeito, no entanto, ficou calado. A polícia ingressou nos cômodos da casa procurando por ele e Anderson o encontrou no último deles. Quando o delegado entrou no local, o suspeito atirou contra ele.

Três tiros atingiram o delagado Anderson, de acordo com o secretário de Saúde de Jataúba, Adalmir Holanda: um no braço, um na coxa e um na clavícula. A bala que atingiu a clavícula ultrapassou o tórax, perfurou o pulmão e pode ter provocado complicações no coração.

O delegado chegou a ser atendido no hospital municipal de Jataúba, mas o estado de saúde era grave e que Anderson precisava ser estabilizado e transferido para o Recife. Foi solicitado um helicóptero da Secretaria de Defesa Social para realizar a transferência do delegado, mas durante o atendimento ele não resistiu aos aos ferimentos e morreu.

Morte do suspeito

Um dos suspeitos, José Carlos, que foi o autor dos tiros que provocaram a morte do delegado Anderson, morreu no início da noite do sábado. Ele teria ficado ferido após os agentes reagirem aos disparos e precisou receber atendimento médico.

José estava sendo transferido para o Hospital Regional do Agreste, em Caruaru. Perto do posto da Polícia Rodoviária Federal, na BR-104, em Caruaru, suspeitos em um carro pediram para os profissionais de saúde saírem da ambulância em que José estava e executaram o homem.

Elisângela, por sua vez, foi presa em flagrante por suspeita de participação no homicídio do delegado. Ela foi apresentada em audiência de custódia e houve representação pela sua prisão preventiva. "Ela foi preventivamente presa. Ou seja, contra ela, hoje coexistem dois tipos de mandados prisionais. Um de prisão temporária, para investigação do homicídio do tio dela, e um preventivo, em face da possível participação no homicídio que ceifou a vida do delegado Anderson", explicou o promotor.


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