ESCRITO POR WELLINGTON RIBEIRO
A eleição de Raul Henry para a presidência do MDB de Pernambuco representou uma vitória política significativa para o prefeito do Recife, João Campos (PSB), e uma derrota estratégica para a governadora Raquel Lyra (PSDB). O Palácio até que tentou levar Jarbas à vitória, e não foram poucos os movimentos realizados neste sentido, no entanto quem levou a melhor foi João.
Mais do que uma simples disputa interna, o resultado evidencia o fortalecimento de João Campos no tabuleiro político estadual e, ao mesmo tempo, expõe a fragilidade da articulação de Raquel. A derrota do grupo palaciano simboliza não apenas a perda de espaço no MDB, mas também um revés importante para as pretensões eleitorais da governadora em 2026, quando se espera um embate direto com João pelo Governo do Estado.
Enquanto João amplia suas alianças e consolida sua influência, Raquel sofre um abalo político, tendo sua capacidade de articulação colocada em xeque. A vitória de Raul Henry, portanto, não é apenas um fato isolado dentro do MDB, mas um movimento que reposiciona forças e redesenha estratégias com impacto direto nas próximas eleições.
COALIZÃO – João Campos conta com um amplo arco político para 2026. Além do PSB, seu partido, a Frente Popular já reúne a Federação PT/PCdoB e PV, MDB, Republicanos, PSDB e Solidariedade.
NOIVA COBIÇADA – A federação União Progressista, que reúne o União Brasil e o PP, só vai decidir em 2026 o palanque com o qual marchará. A depender de Miguel, presidente do União Brasil, o bloco vai para João, enquanto que Eduardo da Fonte tem mantido um silêncio ensurdecedor.
EM ALTA – O prefeito de Vitória de Santo Antão, Paulo Roberto, foi um ator estratégico que garantiu uma parcela significativa dos 65 votos obtidos por Raul na vitória sobre Jarbas Filho. Embalado pelo acúmulo de vitórias nas últimas eleições, Paulo Roberto vai para 2026 focado em reeleger sua filha, Iza Arruda, para deputada federal, emplacar o filho, Túlio Arruda, como deputado estadual e ajudar na eleição de João Campos para o Governo do Estado.
MALTRATADO – Daniel Coelho não tem recebido um tratamento à altura de um aliado por parte do Palácio do Campo das Princesas. O mais recente golpe sofrido por ele foi a exoneração de aliados que estavam lotados na Arena Pernambuco. Diante de tanto desprezo, há quem acredite que Daniel pode não caminhar com Raquel em 2026.
NO PERIGO – Corre nos bastidores a notícia de que o deputado estadual Jefferson Timóteo (PP) pode perder o apoio da prefeita de Camutanga, Talita de Doda (PV). Nomes como Simone Santana (PSB) e João de Nadegi (PV) são vistos como potenciais substitutos.
NO RISCO – A reeleição de Jefferson Timóteo é vista no meio político como desafiadora. Ele já não conta com o apoio de Camila Machado, que foi responsável por lhe dar quase 4 mil votos em Sirinhaém, e tampouco dispõe mais da máquina da Prefeitura do Cabo, que lhe garantiu quase 30 mil votos no município.
O ESCOLHIDO – Por falar no Cabo, Batista Cabral deve ser o nome que o prefeito Lula Cabral (SD) lançará para deputado estadual. Diante da alta avaliação da gestão de Lula, não será surpresa alguma se Batista Cabral sair de lá praticamente eleito.
COLADOS – O deputado estadual licenciado e atual secretário de Turismo, Kaio Maniçoba (PP), esteve presente na festa de emancipação política de Sertânia, ao lado da prefeita Pollyanna Abreu (PSD), com quem andou em meio ao grande público que prestigiou a festa. O que resta saber é em quem Pollyanna votará para deputada federal.
COMENDO PELAS BEIRADAS – Sem alarde, o deputado Francismar Pontes (PSB) segue ampliando sua base, de olho na reeleição. Ele, que em 2022 obteve mais de 66 mil votos, deve superar a casa dos 80 mil. O grande diferencial é que ele tem expandido sem tomar base de nenhum de seus colegas.
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