sexta-feira, 4 de fevereiro de 2022

Covid-19: entre crianças, cobertura vacinal está baixíssima em Pernambuco; apenas 8,4% tomaram a primeira dose


 Já se passaram 20 dias desde o início da vacinação das crianças contra a covid-19 em Pernambuco, mas a adesão à imunização desse público, formado pela faixa etária de 5 a 11 anos, está baixíssima. Desde o dia 14 de janeiro, 99.860 meninos e meninas receberam a primeira dose de vacina contra a doença no Estado. Isso corresponde a apenas 8,4% da população estimada desse grupo, formado por 1.182.444 de crianças. O problema não é falta de vacinas, mas pode ser explicado por falta de estratégias para alcançar as famílias, pelas polêmicas e fake news que infelizmente se disseminaram ao longo de toda a pandemia. Até o momento, o Estado já recebeu 557.180 doses de Pfizer pediátrica e CoronaVac para esse grupo etário, de 5 a 11 anos. E infelizmente somente 18% dessas doses foram aplicadas.

"Realmente temos um volume de importante de doses distribuídas. Teoricamente grande parte dessas doses já deveria ter sido administrada", reconheceu a superintendente de Imunizações de Pernambuco, Ana Catarina de Melo, durante coletiva de imprensa realizada nesta quinta-feira (3). Para ela, o fato de a vacinação para as crianças exigir recomendações, como local específico para a aplicação, pode retardar a velocidade de se alcançar esse público. 

"Precisamos vacinar as crianças o quanto antes. Devemos lembrar que o imunizante tem um tempo para produzir anticorpos, e ainda há o tempo de espera para a segunda dose. A vacina é segura e eficaz. Das doses que já administramos nesse público pediátrico (99.860 no total), temos praticamente nenhum evento adverso." Ainda segundo Ana Catarina, é fundamental reforçar que a CoronaVac é feita por uma tecnologia que se usa atualmente para outras vacinas do calendário básico. "E nós já administramos um volume gigantesco de Pfizer, que usa a tecnologia de RNA mensageiro. Se analisarmos os eventos adversos por fabricante na vacinação a partir dos 12 anos, a Pfizer tem um número de eventos infinitamente menor do que qualquer outro fabricante que já administramos no Estado", complementou. 

Também durante a coletiva de imprensa, o secretário de Saúde de Pernambuco, André Longo, informou que a expectativa é de que haja a aceleração da vacinação das crianças com o retorno às aulas presenciais. "É preciso aproveitar a volta às escolas, que devem ser um grande ambiente de estímulo à vacinação, de convencimento dos pais mais reativos às questões da vacina. As escolas devem trabalhar o ambiente como decisivo para acelerar o processo de vacinação no Estado. Assim tem sido a história natural dessas vacinas permeadas por polêmicas, como a do HPV", frisou Longo. 

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